Amigo ou Psicólogo?

Se existe frase que mais oiço é de a "Devias ter sido psicólogo"....


Não sei se gosto de ouvir isto ou não, em certa parte sinto sempre a noção que
de facto estou na profissão errada, no entanto sei apenas que sou amigo das pessoas.Aqui não faço distinção se são amigos meus ou não, tenho o terrível defeito de ser samaritano e altruísta, tento sempre ajudar ao máximo as pessoas com problema e arranjar um processo de ajuda para estas.


Sei que o papel do psicólogo vai no sentido de ser um terapeuta, alguém responsável na ajuda da saúde mental da pessoa tendo como primeiro interesse o bem do outro.Até aqui nada de novo mas pergunto eu, não será esta definição também aplicada a um amigo?


A minha via sacra é a ajuda, oiço tudo e todos, sempre que possível tento ter ferramentas necessárias para as ajudar, ganhas da vida e do senso comum ou simplesmente de uma razoável cognição para as coisas estou presente e disposto a ouvir sempre que surge alguma dificuldade, seja por amor ou morte de alguém , seja por dinheiro ou sexo, seja por amizade ou traição...Estou sempre por cá!


Possivelmente, nada de especial para muitos mas o que intriga é o facto da existência de um denominador comum em quase todas estas pessoas,indicam-me que devia ser psicólogo, porque ajudo, porque mostro, porque esforço-me para as deixar bem, porque isto, porque aquilo.Não me sinto como tal, sei que dou de mim até não poder mais, sempre o fiz e faço com que essas se encontrem e no final consigam resolver os seu problemas sem mim.Sei que não sou licenciado nessa área mas estarei de facto perdido a verdadeira vocação?


Voltado à questão, pergunto novamente, será que não temos falta de amigos por ai? Alguém que não tenha uma segunda intenção só para estar perto de nós? Não sou perfeito mas porque sinto as pessoas cada vez mais distantes umas das outras? Qual o mal de ajudar só por ajudar?


Antes recorria-se ao padre, agora temos psicólogos mas por onde andam os amigos?


Já não consigo suportar tanta hipocrisia....

Para o triunfo do mal basta que os bons fiquem de braços cruzados.
(Edmund Burke)